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China está com dificuldades ou enfrenta uma tempestade perfeita?

 

Os últimos indicadores mostram que a China pode enfrentar dificuldades para alcançar a meta de crescimento neste ano e está sofrendo uma desaceleração de sua economia. O início do terceiro trimestre chinês sinaliza que para o ano o crescimento ficará em torno de 3% ou no máximo 3,2%, muito baixo para o contexto do país. O baixo investimento, a expectativa econômica indicando para baixo, além de uma demanda internacional menor e com as exportações até julho caindo 14,5%, provocam uma queda muito forte pelos produtos chineses no mundo.

Fábrica da BMW na China

Fábrica da BMW na China

Há um quadro de mudança na estrutura da produção chinesa nos últimos anos. A China faz sucessivos acenos de que pretende mudar sua economia baseada em infraestrutura, na construção civil e na siderúrgica para a expansão da ação do estado. Hoje o congresso chinês busca digitalizar setores e serviços acompanhando as mudanças ocorridas nos Estados Unidos. A China imaginava que a demanda no mundo absorvesse os produtos industrializados chineses e, enquanto no âmbito interno, ela faria uma mutação para economia digitalizada. Isso não aconteceu nos últimos dois anos e levou o Partido Comunista a enfrentar o poder das grandes Big techs locais, “cortando asas das empresas” para não ameaçarem a hegemonia do partido.

China enfrentou a primeira deflação em 40 anos 

Vale lembrar que o país enfrentou pela primeira vez em 40 anos, uma deflação de 0,3%, e que os preços não só param de subir, mas começaram a cair. Qualquer economista sabe que a pior doença para uma economia é a deflação, quando os preços param de subir porque ela incide diretamente. A China começa a fazer um forte apelo por consumo, pois sua economia é baseada em um tripé que envolve exportações, importações e consumo interno. É preciso olhar para a China e perceber avanços, pois tem um processo contínuo de urbanização, novos setores industriais, como por exemplo carro elétrico. A China é de longe a maior produtora de carro elétrico do mundo, vende tecnologia nesse setor, tem um processo de economia verde como nenhum outro país do mundo, se preocupa com a descarbonização e, principalmente, produz células fotovoltaicas de energia solar e distribui pelo mundo.

Com esse quadro é difícil dizer que o país terá uma queda violenta em sua economia. Portanto, é possível dizer que os chineses farão acertos e haverá troca do seu modelo econômico. Essa troca vai impulsionar o consumo chinês, pois são 1.4 milhões de consumidores. O quadro não é dos piores. Mas, será que a China está enfrentando uma tempestade perfeita?

Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da ESPM e especialista em economia global

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